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Augusta - Garimpo de Caderno II

AsPARTES DE MúSICA

garimpos de caderno em continuidade ritmica

(dia)

entro na rua xv que é a augusta me dou conta escrevendo que a rua vx é de curitiba bem que a lidia falou que essa rua poderia ser uma rua qualquer do mundo

e escuto um rapaz com violino grande tem barunhos de algumas dessas máquinas de construção e pés de pessoas a música do violino dá a sensação de que é para a alma para a alma para a alma

que vai assim criando atmosferas e................

ele pára meio brusco interrompe a música pra pegar o dinheiro do chapéu como se ninguém estivesse ouvindo a música inteira quando eu estava começando a me emocionar rs

era o dinheiro pro café

surge uma outra musica mais pra lá animada e antes que eu percebesse ele pega o instrumento o banco

...

o outro rapaz chega na mesa com turistas com o seu acordeom toca uma música para um casal de turistas e sai com algum dinheiro assim rápido chega e sai

(...)

em rota sigo

a caminho do mercado da ribeira pelo rio tejo

quase todos os lugares que há turistas há artistas aqui a música é estupenda e cria um jazz blues sei lá que som é esse estupendo de criar ambiências e tem um povo sentado para o sol com os pés no alto olhando o rio que nem filme – tipo como se estivessem num enorme barco parado tipo cruzeiros internacionais de chiques

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(outro dia)

augusta os instrumentos sairam pela lateral a voz que é de dentro sei de onde não ----- sai ---- tem pedaços de rua pra lá e pra cá o agogô começa – a lídia junto – separado – qual é a nova, sempre nova constelação? as pessoas passam por entre – escondi minha bolsa ------------ a letra da música inventada diz tenho uma poupança e não sei onde gastar --- um olho no peixe outro olho no gato – um banco no lado direito outro banco no lado esquerdo da rua essa é a disputa

(...)

a porta da rua já parece que tava aberta pra música – tem uma música na rua ---- descobrir a música da rua ----

tem horas que a gente toca junto

tem horas que tá meio de atravessado, por cima

pelo meio da maré as pessoas passam

quem olha os instrumentos e nossas bolsas?

os movimentos crescem geram olhares o som é demasiado não consigo ouvir muito a rua mesmo ela samba. a senhora de olhares. o bebe se meche. a maré cresce o silêncio. caminho.

o bruno pintor veio aqui para pintar o arco... se inspirar mas disse que hoje tá meio mal. acha que foi o rosa no quadro que estragou e o pincel vai borrando borrando

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(depois do dia que continua dia)

o sol bateu na janela das meninas que vira samba ilha e não sei mais o que um monte de gente pulando no sol, num pouquinho de sol que no fundo tem uma pulsação

“se eu tivesse condições levava todas para jantar”, disse o Hernani que gostou muito

falou que era oxigênio

eu ia lhe chamar só sol somente só assim vou lhe chamar assim você vai ser

… abre a porta e a janela e nuns instantes o sol se vai

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(notas no estúdio)

lá pelas tantas era como se tivessem várias linhas e sons que se casavam ou passavam lado -a -lado uns dos outros \ hora casando, hora juntando como textos que vão ou não se compondo

e até virar música que alguém fala

ou que alguém inventa

- camadas -

cami


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